Todo brasileiro deveria ler UM DEFEITO DE COR de Ana Maria Gonçalves. Uma obra que nos provoca reflexões profundas sobre o Brasil colonial até os dias atuais, e sobre os impactos da sociedade escravocrata daquela época e como se perpetua até hoje determinados padrões de comportamentos que chamamos de racismo estrutural; como por exemplo, a protagonista, uma mulher preta, que foi traga a força da África para o Brasil, Kehinde, mesmo sendo escravizada, teve que mudar de nome para Luísa, batizada por padres cristãos ao chegar no Brasil, para ser aceita naquela sociedade que repudiava a sua religião e toda a sua cultura africana.
Ao se relacionar com um homem branco, mesmo após a sua ascensão profissional, ele a escondia da sociedade, preferindo oficializar a sua união com uma mulher branca, mesmo sem ama-lá.
Interessante que além de ser uma mulher que foi escravizada, Kehinde era mãe , era filha e amiga; além disso, vivenciou a sua sexualidade, seu empoderamento financeiro, suas aventuras, mas teve que lidar com várias entraves por conta da sua condição. Diante disso, a autora nos direciona o olhar sobre a condição de sujeito e da subjetividade deste 'Ser', que foi apagado pela condição social a ele imposta, "apenas uma pessoa escravizada".
Por Thais Alessandra

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