domingo, 17 de setembro de 2017

ENIGMA

                                                                                                                

Ao te ver é luz que eu sinto
Tudo passa com o pensamento
Tudo passa com o seu abraço
Tudo passa com o seu olhar, pelo seu olhar.


Me sinto nua ao te olhar, pelo seu olhar, ao ver você passar.
Contudo, percebo uma certa nudez em você também, 
que se despe em meio a intimidade de cada instante através do nosso olhar.


Ao te olhar, o tempo parece parar, 
os defeitos parecem nunca existir,
os dramas descortinar e só o instante daquele instante parece existir.


O teu abraço, desnuda a minha alma e sinto um encontro ao teu encontro.

Me pergunto o porquê do amor 
O porquê da dor,
Porquê esse sentimento não pode existir.

Por que essa distância que nos aproxima e o destino que insiste em nos esbarrar.

Será que isso vai passar ou vamos sempre retomar ao início de onde tudo começou?



sábado, 16 de setembro de 2017

CAMINHO...



A curiosidade em direção à bússola percorre em segredo o rio da memória.


O fio de arame conduz a inspiração ao artista

que nasce da ocupação.


Borboleta sangra em profundidade ao olhar que resgata, reencontra.

O alvo é o canto em direção a não palavra.

Poema: Thais Alessandra

Grito a nossa voz (2017)





Querem silenciar a nossa voz,
 calar o nosso corpo,
 calar a nossa alma,
calar a nossa expressividade,
calar a nossa sexualidade,
calar as nossas crenças,
 calar a nossa cor,
calar a nossa identidade,
 calar o nosso ventre, calar a nossa força.

Calar... Calar... Calar...
Nos oprimem há séculos. Por quê?
Mas, não vão conseguir!

Somos muitas, Eva, Pacha Mama, Yemanjá, Nossa Senhora, mães de santo, mães de família, prostitutas; mulheres!  



Performer & poesia autoral de @thais.alessandra_ (Thaís Alessandra)
PH: Sarau Vagabundo/Belo Horizonte-MG

FRAGMENTOS DE UM SURTO

LOUCO... INSANO...

UM RESPIRO...UMA CALMA...
AGITAÇÃO, PERTUBAÇÃO, UMA PAUSA, UM SILÊNCIO... UM MEDO... AHHHHHHHHHHHH... UM RESPIRO PROFUNDO...
ALUCINAÇÃO, UM SOPRO, UM CARINHO, UMA CALMA...
DE REPENTE UM GRITO, UM PENSAMENTO AFLITO... do silêncio a agitação, som de PASSOS...
Quarto escuro...


PASSOS...
Dói, me isolo, deprecio, sumi... sumi... sumi... sumi...
Acordo!
Respiro... Bom dia!
Apareço, volto, me alegro, volto... volto... volto...


Calma! Respiro.
Penso! Me aflijo.
Medo! Me agito.
Paz! Me acalmo.
Penso! Desequilibro.
Nada está em ordem.
Tudo está em ordem.


Ando... ando... passos... ouço passos... Nada está em ordem... vazio! Olho pra frente, pra trás, tudo passa com os passos, com o pensamento. Nada tem ordem, nada permanece. Tudo vai e volta! Tudo está em ordem.


Penso! Me aflijo.
Medo! Me agito.
Paz! Me acalmo.
Penso! Desequilibro.
Nada está em ordem.
Tudo está em ordem.

Volto... Volto... Volto...

Poesia autoral de @thais.alessandra_ (Thaís Alessandra)
Poesia Fragmentos de um Surto (2012) selecionada pela Editora Trevo - Prêmio Poesia Agora - Outono 2020.


Não divulgue sem mencionar os créditos! Sujeito as penas da Lei 9.610/98 (Lei de Direitos Autorais).

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Quando vão entender?






Cansada de ver a sociedade reprimir a nós mulheres, cansada de ouvir noticiários sobre estupro e gravidez de meninas inocentes e  saber que estão criando vagões em metrôs separados para mulheres não serem assediadas no Rio de Janeiro e outros Estados.

Somos intuitivas, poderosas, podemos mais, muito mais que imaginamos.

Podemos mais, muito mais do que a sociedade tem nos dito até agora.

Querem nos rotular e trancar numa caixinha, querem nos fazer reprodutoras, do lar, recatadas, puritanas. Não que isso seja ruim, mas, deve ser uma escolha pessoal, não imposição social.

Querem nos prender a relacionamentos fracassados, nos seduzir por bens materiais ao paquerar-nos, nos prender em casa para não "tomarmos cantadinha" desrespeitosa nas ruas ou até mesmo assédios em metrôs, ônibus e por ai vai.

Querem sufocar a nossa beleza, trancar nossas estrias e celulites, esconder nossas rugas e cabelos brancos, domar os nossos cachinhos rebeldes.

Querem nos transformar em bonecas se podemos ser super heróis.

O que é ser feminina?


Tenho mesmo que me pintar, que ser magérrima, que estar em uma relação para ser feliz? E, se eu não quiser!

Só quem é mulher entende que isso não é modismo, que essa palavra significa muito para nós: Empoderadas.

Cada dia que passa, descubro coisas fantásticas ao meu respeito e sou muito grata ao universo por isso.

Descobri também que conto de fadas não existe, que não preciso me padronizar para ser feliz, não preciso casar, ter filhos e nem ao menos alisar o meu cabelo.

Quando a sociedade vai entender que posso ser livre? Que homens e mulheres tem os mesmos desejos quando se trata de realizar sonhos, superar obstáculos e por ai vai.


Quando vão entender que mulheres podem ser femininas e brincar de carrinho, ser super heróis, fazer mochilão, não gostar de fazer unha, gostar de sair sozinha e não querer ficar com ninguém.



Quando vão entender?