sexta-feira, 30 de julho de 2010

COMO UM SER CACHORRO PODE SER TÃO HUMANO.

Quando tosado, sua gravatinha faz um enorme sucesso.





Quando peludo, sua franjinha toma conta dos seus olhos.





Mas quando toma banho, se sente o máximo.



Ele suportou o abandono já no ventre de sua mãe e logo foi acolhido pelas mãos da minha família em meio a uma brincadeira iniciada na infância, que perdurou até a fase adulta.

Se passaram 15 anos e a velhice, cruel destino de todos nós, também foi suportada por ele. Em meio tantos afagos encontrou motivos para viver; afinal, seus olhos já não tinham luz, os seus dentes já não roiam os ossinhos de frango tão desejados em sua mocidade, a grama já não era tão verdinha e o som já se ouvia distante, seus ossos que o sustentavam com tamanha vitalidade, sabotaram a sua existência e pontiagudos ficaram, a comida já não tinha mais sabor e a água perdeu seu valor. Sobraram apenas o amor e em meio a tanto sofrimento ele encontrava forças para ser fiel ao seu dono, eleito por voto próprio.

Em meio a tanta dor, ele só queria uma mãozinha em sua barriga e orelhinha, mãos que pudecem amenizar tanto sofrimento.



Autora do texto: Thaís Martins