terça-feira, 27 de dezembro de 2022

CULPA


 

Sinto algo estranho, porque não é meu!

Parece que abriram o meu peito e rasgaram à força.

 

Tentaram colocar em meu peito o sentimento de ser diferente, 

uma agonia por SER mulher e não SER mãe,

uma agonia por SER mulher e parir obras de arte ao invés de parir filhos.

 

Tentaram me roubar o sorriso! E, por alguns momentos o travei, pois sentia culpa de SER alegre.

Tentaram retirar as MINHAS EMOÇÕES e em troca colocar emoções alheias.

 

E, por algum momento, SENTI.

Senti que à minha idade,

 a minha cor, 

o meu corpo, ERAM ERRADOS.

 

E a culpa por SER QUEM EU SOU 

chegou rasgando profundo e caindo em forma de lágrimas.

CAÍRAM TÃO PROFUNDAS AS LÁGRIMAS, até que a própria culpa caiu.

Foi como se as lágrimas, de tantas dores, lavassem aquele sentimento que me cortava por dentro. 

 

Acordei a tempo de saber que aquela dor, nunca foi minha. 

Mas, durante anos carreguei esse fardo que não era meu. Pois, sempre fui livre!


Culpa por não casar,

Culpa por não gerar,

Culpa por não ter o cabelo liso,

Culpa por não ter o corpo perfeito,

Culpa por não aceitar que me tratem de qualquer jeito,

Culpa por não saber se gosto só de homens,

Culpa por envelhecer,

Culpa...

Culpa...

Culpa...

Seu antídoto, o autoconhecimento, para separar aquilo que não pertence a mim. 



 

  Poesia autoral de @thais.alessandra_ (Thaís Alessandra)  

                        CULPA (2022) - Publicada na Coletânea O LIVRO DAS MARIAS IV: FEMININO VESTIDO DE FÉ.

Não divulgue sem mencionar os créditos! 
Sujeito as penas da Lei 9.610/98 (Lei de Direitos Autorais) 

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Lançamento do livro: AIYRA E O RIO


LIVRO: Aiyra e o Rio
AUTORA: Thaís Alessandra (@thais.alessandra_)

Ilustrações de Priscyla Abreu
Editora: Revista África e Africanidades

PEQUENAS SENSAÇÕES DE CADA CAPÍTULO 📖
SINOPSE DO LIVRO📖

"Aiyra e o Rio, um conto de narrativa infantojuvenil, destinado a reflexões para a família, inspirado em uma palestra que pude presenciar em 2019, na 14ª CINEOP (Mostra de Cinema de Ouro Preto) que aconteceu na cidade de Ouro Preto/MG, com a temática direcionada à territorialidade e às tradições orais, na qual uma historiadora e mulher indígena relatava que as mulheres indígenas no Brasil também são afro-indígenas e não possuem somente cabelos lisos como expõem os livros de história, porque os indígenas brasileiros da atualidade também têm cabelos crespos e pele preta.

Baseado em uma história de ficção e alguns elementos da realidade, o conto Aiyra e o Rio traz consigo um meio de dar visibilidade aos povos originários. E, além da inspiração mencionada anteriormente, por meio de pesquisas foram utilizados nomes reais para as personagens indígenas, que na narrativa estão localizadas no estado do Amazonas, mas o Rio Uaçá realmente existe e fica situado no norte do estado do Amapá, e a nação indígena Zo'é também existe e fica no norte do Pará. Além disso, os ritos apresentados em cada capítulo de Aiyra e o Rio, foram pesquisados em fontes científicas e aleatoriamente inseridos nessa obra, sem a pretensão de assertividade em relação aos costumes de “Zo’é”, porque a maioria das histórias contadas nessa obra sobre os costumes desses povos são fictícias na intenção apenas de trazer maior visibilidade aos povos originários , demonstrar respeito a essa cultura e no intuito de “acordar o leitor, desde cedo", para a importância dessa causa. Já a Oração ao Espírito do Fogo (Para livrar o Xamã das influências negativas) está disponível em vários sites da internet.

Dividido em dois capítulos: “O Silêncio Barulhento de Uaçá” e “A Maratona do Tempo”, Aiyra e o Rio é contado de forma feminista e decolonial, ou seja, na perspectiva da própria protagonista e personagem afro-indígena Aiyra, que conta a sua própria história e se apropria dela do início ao fim. Se apropria apesar de toda a influência e da tecnologia do “homem branco” que chegou até nós, desde a época dos colonizadores que invadiram o Brasil com a chegada das grandes navegações.

O primeiro capítulo, “O Silêncio Barulhento de Uaçá”, é marcado pela amizade entre a Aiyra e o rio Uaçá, quando ela é ensinada a ouvir o silêncio desse rio pelo seu pai, grande pescador indígena, que disse: “O silêncio é muito barulhento, aprenda a ouvi-lo”. E, a partir daí, sempre que possível, Aiyra pedia ao seu pai para levá-la em suas pescarias só para escutar o silêncio de Uaçá. Era a brincadeira preferida dela desde os cinco anos de idade quando ela aprendeu a escutar o silêncio através desse rio e, desde então, se tornou a melhor amiga de Uaçá. Eram tão íntimos que só de vê-lo ela sentia se ele estava bravo, manso ou arredio.

Ainda no primeiro capítulo: Aiyra aprende que todos nós somos parte da natureza, e que ela é a nossa amiga; aprendeu também sobre os costumes das mulheres da sua nação indígena Zo’é, sobre a sabedoria ancestral e os ensinamentos do Cacique Ajuricaba, homem mais velho e por isso o mais respeitado da sua nação.
Aiyra também teve que aprender a lidar com algumas decepções e com uma dor até então desconhecida, o racismo estrutural, que aos oito anos de idade roubou um pedaço de sua infância; uma vez que na vida teremos uma única oportunidade para sermos crianças, e, como adultos, teremos o resto da nossa existência. Além disso, o racismo que ela sofreu também abriu uma grande ferida em seu
Coração. Isso a fez questionar: - “por que não posso ser quem eu sou neste mundo?”

Após essa sua longa reflexão, ela também fez mais um grande amigo, o Arthur, que compartilha a sua maior dor com ela: a discriminação que ele e a sua família sofrem por terem uma mãe com diagnóstico bipolar. Segundo o Arthur, eles nem sequer eram convidados para as festas que aconteciam entre os seus familiares mais próximos por medo do surto. E, ao ouvir aquilo, Aiyra acolhe o amigo e diz que ser bipolar é só um detalhe, pois a mãe dele é incrível, como ele mesmo disse, e que as pessoas deveriam amar uns aos outros, apesar das diferenças, porque feio é o preconceito social que faz ele sofrer bem mais do que o próprio diagnóstico de sua mãe.

No segundo capítulo, “A Maratona do Tempo”, no subcapítulo “O tempo não parava de passar...” O irmão de Aiyra, Cauê, chega ao mundo nas mãos da parteira mais experiente de toda a “Zo’é”, a mesma que colocou a mãe dele, Anahi, neste mundo, Aiyra e todas as mulheres da aldeia, a dona Iracema.
“Quatro anos se passaram...” Aiyra, agora aos doze anos, decide construir uma canoa para si, porque ela só queria se juntar ao seu amigo Uaçá para se aventurar. Será que era apenas uma rebeldia de adolescente? As pessoas se perguntavam. O que será que aconteceu depois disso?

Leia essa história até o final e descubra, você irá se surpreender!

ADQUIRA O SEU EXEMPLAR COM A AUTORA:

THAÍS ALESSANDRA
(31) 97169-2376/ @thais.alessandra_






quinta-feira, 22 de setembro de 2022

ÁGUAS QUE TRANSPIRAM DOS NOSSOS CORPOS ANCESTRAIS

 Poesia autoral de THAIS ALESSANDRA (IG @thais.alessandra_)

Coletânea Mulheres das Águas II. Organização de Nágila Oliveira dos Santos da Revista África e Africanidades

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As águas de Gaia, minha mãe terra,  correm dentro de nós,  descem do céu para limpar a terra, em todos os cantos.
E, (pre)enchem os nossos rios para nós. As águas de Gaia, enchem os oceanos  e também percorrem por nossos corpos ancestrais,  denunciando abusos que traficaram navios negreiros da África para nós, denunciando abusos ao transpirarem dos nossos corpos ancestrais, denunciando abusos que também saíram das bacias do rio Negro e Xingu, devastando a crença indígena, os ensinamentos dos mais velhos e ancestrais,  denunciando abusos dos garimpos ilegais, trazendo resíduos do mercúrio para nós. As águas que percorrem em nossos corpos são ancestrais!  Essas águas resistiram ao tempo, e atravessaram mares e rios de dores em nós. Essas águas escorreram de nossos poros, encheram os nossos olhos e denunciaram a marca de onde viemos, delataram a nossa identidade e foram aprisionadas pelos nossos colonizadores. E, por mais que se tente fluir como as correntezas de um rio, essas águas não conseguem sair com liberdade.   Águas que dão vida a nossos corpos ancestrais!







sábado, 13 de agosto de 2022

PALAVRA (PER)FORMADA: ESCRITA CRIATIVA QUE ATRAVESSA O CORPO (curso on-line/EAD)

 


Vagas limitadas!

Começaremos dia 20 de agosto.

Certificado pela Revista África e Africanidades @africaeafricanidades
Matricule-se!

- LINK PARA MATRÍCULA -

Matrícula a preço promocional de R$ 60,00- até dia 18 de agosto.
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Esse curso está saindo a metade do valor, somente esse mês!!!! 
Imperdível!!!
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O curso é todo online, distribuídas em dois (2) módulos teóricos de videoaulas gravadas, mais um módulo de dinâmica ao vivo de (1) uma hora, previamente agendada entre os participantes do curso, totalizando a carga horária de 3h28minutos.