sábado, 9 de novembro de 2024

Memória Ancestral

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Parece que roubaram a minha memória,

 que foi pega no laço.


Houve um apagamento ancestral da minha própria identidade,

que por muitos anos deixei que a definissem por mim, 

sem me sentir conectada a ela.


Mas essa memória é ancestral e (re)existiu ao TEMPO.


Ela é real e ancestral,

tão “visceral” que escolheu (re)existir para além do TEMPO,

e mesmo perdida nesse TEMPO,

me mostrou o caminho para (re)conectar-me com ela,

reconectar-me comigo.


Sinto que parece loucura deixar ela existir novamente,

pois se passaram tantos séculos após o seu apagamento.


Mas, o meu povo é real e existiu,

embora hoje extinto por aqueles que contribuíram com o apagamento dessas memórias.


Há um grito PURI que ecoa em mim e ele é ANCESTRAL,

Há um clamor dentro de mim que é visceral,

e mesmo que eu não tenha escutado por anos, ele era latente e real

Uma volta no TEMPO, que para o TEMPO,

e me leva ao TEMPO passado para me (re)conectar no TEMPO presente.


Memória ancestral, que me conduz às minhas origens,

para dar vida aos meus ancestrais,

e entender o tamanho da nossa força,

para libertar a nossa voz.


Poesia autoral de Thaís Alessandra (@thais.alessandra_). *Não divulgue sem mencionar os créditos! Sujeito as penas da Lei 9.610/98 (Lei de Direitos Autorais)*

📷 @artepenaforte /@penafortetalkshow

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

CACHORRO VELHO da autora Teresa Cárdenas




Leia esse livro. Escrito pela autora cubana @teresacardenascuba .

Em Cuba, a escravidão foi abolida somente em 1886.


A obra retrata a escravidão pela óptica dos negros escravizados, personagens que nos encantam a cada momento.

A meu ver, essa obra é super sensorial, senti o cheiro do café com mel, aromas de flores e o tombo do cavalo. Foram várias as sensações. Além de reflexões profundas que "não saíram de mim", como o afeto sendo literalmente roubado de Cachorro Velho, ao perder a mãe e os amigos para os senhores de engenho, e em uma dessas perdas, tentaram jogar a responsabilidade em Deus, dizendo ser a vontade Dele, mas o amigo do Cachorro Velho tinha morrido era de tanta chicotiada do malfeitor.

O amor e tantos afetos foram negados aos negros escravizados, as mães tinham suas crianças vendidas para cobrir as dívidas dos senhores de engenhos. E nem a dor era permitido sentir, pois incomodava as "madames e os patrões". Desde aquela época fomos obrigadas (os) a sufocar as nossas dores e sermos fortes. Além do afeto que "nunca foi pra nós".

Obrigada autora Teresa Cárdenas📕📕📕
Encantada com a sua obra!